Pronto, voltei. Desculpem o sumiço, mas é que estou mudando de casa essa semana, então estou enlouquecido com toda essa função. Mas vamos voltar ao SPFW que terminou na última segunda-feira (22/06), como todo mundo já deve estar sabendo. E no fim, não sei bem se o saldo foi positivo ou negativo. Quer dizer, sei sim. Foi positivo mas quase nulo, já que no fim das contas, foram poucas as marcas que fizeram nossos olhos brilhar, com imagens poderosas, mas que também não deixavam as roupas de verdade fora do jogo. Penso que o melhor exemplo disso seja Reinaldo Lourenço com sua coleção inspirada no café. Ali o estilista conseguiu apresentar uma roupa incrivelmente bem cortada, com um dos melhores acabamentos que ao mesmo tempo que produziam uma imagem encantadora, não esquecia das consumidoras da marca. Por mais que as roupas possam sofrer algumas alterações para chegar na loja – os tão famosos desdobramentos comerciais – boa parte do que foi visto ali pode facilmente ir direto para as clientes de Reinaldo. Pode-se dizer o mesmo da coleção especial de Gloria Coelho, onde a delicadeza e feminilidade vem aliada à uma estética futurista, com formas bem definidas e aquela inovação têxtil que sempre marcam os trabalhos da estilista. Alexandre Herchcovitch é um caso a parte. Sua coleção arrancou suspiros de consumidores, jornalistas e compradores, marcando uma retomada do seu lado mais experimental que a tempos não se via de forma tão explícita na passarela. As formas maximizadas tiradas dos uniformes esportivos como rugby e futebol americano servem de metáfora para o estilistas falar de moda, da atualidade e de nossas próprias vidas. Porém, há quem diga que faltou o lado mais real, de roupas para vida real. Por mais que todo mundo saiba que a coleção vai receber bons desdobramentos comerciais para chegar nas lojas, Alexandre é um daqueles estilistas que já provou toda sua habilidade técnica e que também já sabido haver uma boa estrutura de produção e distribuição para dar suporte a marca. Então, nada mais lógico do que usar a passarela para expressar uma idéia, uma visão sobre determinado fato ou período, o que faz com que a critica também olhe para a coleção com um olhar diferente, mais voltado para o lado criativo do que para as roupas de fato. Afinal, isso a gente sabe que não vai faltar nas lojas. No demais, a arma que muitas das marcas estão usando para atrair consumidores é se concentrar no produto. Roupa para vida real, com bom acabamento e materiais de qualidade. Parece que os reflexos de crise só chegaram por aqui nesta temporada, o que pode explicar a escassez de novas idéias e falta da ousadia de muitas marcas. E se roupa não dá conta de produzir um show por completo, melhor recorrer a um cenário que ajuda a enaltecer as peças da coleção. Foi o que a Cavalera fez ao escolher o asfalto do Minhocão como sua passarela. A locação não podia ser melhor, afinal é a própria cidade de São Paulo com todo seu mix étnico e cultural serviu de inspiração para a grife de streetwear. A roupa em si, é bem básica, totalmente dirigida ao público a marca. Nada além e nada aquém do que se espera da marca. Camisetas com estampas divertidas (a bandeira de São Paulo escorrendo tinta), jeans clarinhos com modelagem confortável, alguns sarouel com abotoadura lateral, vestidos soltinhos estampas, e até uma boa estampa de nuvem em tie-dye nos jeans. Se não fosse toda a comoção, o cenário a coleção não ia ter tanto brilho assim. Que foi o que aconteceu com a Ellus e com a Maria Garcia. Todas apresentaram coleções apostando pesado no lado comercial, onde o foco no extremo no produto, fez com que a coleção perdesse consideravelmente o frescor de moda. E isso principalmente na Ellus, que na coleção passada mostrou que sabe fazer inserir boa informação de moda, sem desviar o produto de seu foco e público alvo. Aliás, a 2nd Floor foi a marca que melhor fez isso. Com bom styling de Letícia Toniazo, a marca traz roupas pronta para vida real, mas cheias de frescor. Com um dos melhores jeans delavê da temporada, a marca aposta nas principais vontades domomento, como a silhueta mais soltinha, as jaquetas de ombros marcadinhos, os tons lavados, mas sem parecer um mero pout-pourri de tendências do WGSN.
0 Comments
Leave a Reply. |
Details
Autor
Click here to edit. ArchivesCategories |